Passat no Brasil, A revolução da água

Até o final da década de 60, a Volkswagen só produzia na Alemanha carros com motor refrigerado a ar. Eram o VW Sedan (nosso Fusca), a Kombi, o jipe 181 (espécie de reedição do Kubelwagen da Segunda Guerra Mundial), o 1600 (similar a nosso quatro-portas "Zé do Caixão", só que com duas portas e três volumes ou fastback, mais arredondado que nosso TL), o Karmann-Ghia e o 412 E, um TL mais moderno com quatro portas, motor 1,7-litro a injeção e suspensão com molas helicoidais em vez de barras de torção.

A fábrica NSU (Neckar-S-Ulm), recém-absorvida pelo grupo, tinha um projeto para substituir o revolucionário Ro 80, que não havia encontrado êxito de vendas. Este era um sedã de quatro portas com estilo próprio, muito interessante e bem aerodinâmico, equipado com motor rotativo Wankel.

A Volkswagen se apossou do projeto em desenvolvimento da NSU e lançou o VW K 70 em 1969. Tratava-se de um sedã de quatro portas com linhas retas, ótima área envidraçada, motor refrigerado a água, tração dianteira e suspensão independente. Um carro bonito e moderno, mas não tão bem sucedido quanto esperado. Nessa época a Audi também já fazia parte do Grupo VW, dentro do qual era considerada a fábrica de idéias. Na época produzia um sedã médio de duas portas, um três-volumes moderno, bonito e de bom desempenho: o Audi 80.

Baseado no 80, foi lançado em 1973 o VW Passat. O desenho do renomado Giorgetto Giugiaro, que apenas modificou um pouco o desenho da carroceria, foi imitado por muitos. Na realidade, o modelo não passava de um Audi 80 fastback. Foi lançado nas versões de duas portas, identificada pelos faróis retangulares, e quatro portas, com faróis redondos. Em 1975 chegava a perua de cinco portas.

O nome Passat veio de um vento que sopra na Europa. A VW utilizou vários outros nomes de ventos em produtos posteriores, como Santana, Scirocco e Bora. E foi este vento que trouxe novos ares e "águas" para o Grupo Volkswagen em todo o mundo.

O Passat deu início a uma série de sucessos com a mesma tecnologia. O maior deles sem dúvida foi o Golf, lançado em 1974. Depois vieram o Polo, menor, e o Scirocco, um cupê esportivo. Os motores disponíveis para o Passat eram de 1,3 e 1,6 litro. Mais tarde foi apresentado com outras potências e cilindradas e em versões diesel, aspirado e turbo.

Em 1976 ganhava a versão três-portas, hatchback, de aparência similar mas com a tampa do porta-malas levando junto o vidro traseiro. Na Europa, a frente foi redesenhada em setembro de 1977. Neste ano já contava com motores 1,3 e 1,6 a carburador, este com 85 cv, e 1,6 com 110 cv e injeção eletrônica, o mesmo do Golf GTI lançado no ano anterior. Também havia uma versão diesel de 1,5 litro e 50 cv.

A primeira geração permaneceu até novembro de 1980, surgindo então uma carroceria mais moderna e agradável nas versões de três e cinco portas, ambas hatchback. No final de 1981 veio a interpretação em três volumes, o Santana, tal e qual o nosso, e sua versão perua Variant, idêntica à nossa Quantum. O nome Santana passou a Passat Santana e, mais tarde, apenas Passat.

Houve versão Syncro para a Variant com tração permanente nas quatro rodas. Foram vendidos também nos Estados Unidos, onde Quantum era o três-volumes. Por outro lado, os europeus não conheceram o sedã de duas portas, criação específica para o singular gosto brasileiro.

Em 1988 chegava a terceira geração, com uma carroceria mais aerodinâmica e sem a grade frontal. Disponível apenas como três-volumes de quatro portas (não mais hatchback) e perua Variant, oferecia espaço interno excelente e motores a gasolina de 1,6 a 2 litros, com até 136 cv, em montagem transversal.

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